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Introdução ao cultivo de cogumelos
Introdução ao cultivo
Cogumelos são cultivados em meios de cultura. O meio de cultura geralmente é composto por algum material nutritivo, rico em nutrientes que favorecem o desenvolvimento do fungo. Existem três principais técnicas para cultivar cogumelos:
1- Blocos axênicos(bloco estéril): consiste em produzir os cogumelos em um substrato com base em pó de serragem enriquecido com farelo de trigo, de arroz ou de soja. Esse substrato deve ser hidratado até ficar homogêneo, esterilizado e inoculado("semeado") com o cogumelo que se deseja cultivar. A vantagem desta técnica é que é possível utilizar este método para cultivar cogumelos em qualquer local, principalmente em pequenos espaços, devido a facilidade de preparação e rendimento, devido a durabilidade do bloco, que pode chegar até 5 meses.
Com esta técnica, podemos cultivar: Lions Mane(Hericium erinaceus), Reishii(Ganoderma lucidum), Shiitake(Lentinula edodes), Pleurotus(diversos, principalmente erynguii).
Exemplos de blocos axênicos:
2- Substrato pasteurizado(gramíneas ou resíduos agrícolas): consiste em produzir cogumelos em um substrato rico em celulose, como no feno, capim gordura, braquiara, ou até mesmo em resíduos agrícolas como palha de milho. Nesta técnica, o substrato escolhido deve estar seco e um pouco curtido. Este substrato passa por uma "limpeza" através da exposição ao temperatura de cerca de 73°C por 3 horas.
Existe algumas formas de fazer este preparado, podendo ser adaptada a cada necessidade. A desvantagem desta técnica é que dificilmente você conseguirá realizar este processo em um espaço pequeno.
Com esta técnica, podemos cultivar: Algumas variedades de Pleurotus, principalmente P. ostreatus, P. columbinus, P. citrinopileatus, P. djamor.
Exemplos de sacos com subtratos pasteurizados:
3- Cultivo em toras: é uma das técnicas mais antigas de cultivo. Nesta técnica, as toras ainda verdes(com menos de 5 dias após o corte) são furadas com uma broca especial e inoculadas com cavilhas de madeira colonizadas. Poucos cogumelos conhecidos são cultivados assim, como o Shiitake. A vantagem dessa técnica é a durabilidade de produção das toras(que pode chegar até 4 anos) e o baixo manejo. A desvantagem é que se precisa de muito espaço para ter uma boa produção e que a primeira produção leva até 2 anos.
Com esta técnica, podemos cultivar: Algumas variedades de Laetiporus(frango da floresta) e principalmente Lentinula edodes(Shiitake).
Exemplos de cultivo na tora:
Para todas as técnicas descritas acima, você irá precisar do inóculo. O inóculo é a matriz contendo o micélio do fungo a ser cultivado, como uma "semente". Em geral, para as técnicas de bloco axênico e substrato pasteurizado, utilizamos grãos colonizados do fungo como inóculo. Já no cultivo em toras, é utilizado cavilhas de madeiras colonizadas.
Para produzir o inóculo, você precisará de um grão devidamente preparado(trigo, centeio, cevada, arroz integral, sorgo, painço, milheto) e uma cultura da espécie que se irá cultivar.
Neste processo, deve ser preparado o grão, hidratando em água morna. Após a hidratação, o grão deve ser lavado e deixar escorrer até que não tenha nenhum excesso de água, envasar e esterilizar. Após a esterilização, você irá inserir uma certa quantidade da cultura, contendo o micélio preparado do fungo neste grão, seguindo rigoroso controle de higiene no ambiente. Após alguns dias na incubadora, o seu inóculo estará pronto e poderá ser utilizado diretamente no substrato escolhido.
Portanto, o cultivo se resume em: desenvolver uma colônia do fungo em um grão rico em amido como inóculo e depois utilizar o inóculo para colonizar seu substrato final de cultivo(bloco axênico ou substrato pasteurizado). Após colonizado, seu substrato pode ser levado para uma câmara úmida para obter os frutos (cogumelos).
Nossas recomendações antes de qualquer cultivo: Antes de iniciar o cultivo, deve ser avaliado a os parâmetros do local, como umidade, ventilação, e principalmente temperatura. Tenha em vista principalmente cogumelos que irão se adaptar ao clima do local de cultivo. Alguns destes cogumelos não desenvolvem sob certas condições, como por exemplo o P. erynguii e Pholiota adiposa, que mal se desenvolvem no clima quente.
Lista de cogumelos de clima quente(20-32ºC):
- Pleurotus ostreatus
- Pleurotus djamor
- Ganoderma lucidum(Reishii)
Lista de cogumelos de clima moderado(14-24ºC):
- Pleurotus ostreatus
- Pleurotus djamor
- Pleurotus columbinus
- Pleurotus citrinopileatus
- Pleurotus pulmonarius
- Pleurotus erynguii
- Hericium erinaceus(Juba de leão)
- Pholiota adiposa(Chestnut Mushroom)
- Lentinula edodes(Shiitake)
- Ganoderma lucidum(Reishii)
- Grifola frondosa(Maitake)
- Laetiporus sulphureus(Frango da floresta)
- Trametes versicolor(Cauda de peru, Turkey Tail)
Cada uma destas espécies, tem suas preferências em umidade, temperatura e luminosidade. As que se destacam pela facilidade e baixo custo são as variedades do gênero Pleurotus.
Exemplo de substrato pasteurizado direto na bag.
Exemplo de substrato pasteurizado e montado em um cesto(BUCKET TEK)
Exemplo cultivo de Shiitake em toras de madeira
Blocos de cultivo axênico
Resumo das etapas de cultivo
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TRAÇANDO A ESTRATÉGIA DE CULTIVO: Escolha o substrato e método de inoculação, avaliando riscos, vantagens e desvantagens;
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PREPARAÇÃO DO INÓCULO: prepare o grão escolhido para ser o inóculo. Hidrate em água morna até que esteja ao ponto, escorra o excesso de água em uma peneira. Lave com água corrente e espere escorrer o excesso de água de forma uniforme(+-12h);
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ESTERILIZAÇÃO DO INÓCULO: Coloque os grãos hidratados em copos de PP, vidro. Tape os copos com papel alumínio. Cozinhe os copos na panela de pressão com água por 1:20H . Após esfriar a totalmente(+-12h), retire os copos e lacre com fita adesiva, se necessário;
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PRODUÇÃO DO INÓCULO: Em seguida, utilize a cultura líquida do fungo para criar sua nova colônia, inserindo 1ml p/ 200mls de grãos a serem inoculados;
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INCUBAÇÃO: Leve os copos recém inoculados para uma caixa térmica totalmente escura, sob temperatura de 20-30°C, recebendo alguns segundos de luz semanalmente a fim de direcionar o crescimento do micélio;
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COLONIZAÇÃO: Entre 10 e 20 dias, o inóculo estará completamente tomado pelo fungo(colonizados) e estará pronto para ser utilizado;
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PREPARAÇÃO DO SUBSTRATO: prepare o substrato indicado para a espécie.
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ESTERILIZAÇÃO DO SUBSTRATO: O substrato deve ser preparado conforme indicado. Se utilizar a técnica de blocos axênicos, o substrato deve ser esterilizado por cerca de 2h. Se utilizar a técnica de pasteurização, o substrato deve ser submetido a calor de 73ºC por cerca de 4 horas. Espere esfriar ou drenar completamente o substrato.
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INOCULAÇÃO DOS BLOCOS: Coloque alguns grãos contendo o micélio(inóculo) no bloco a ser colonizado. A quantidade de inóculo pode variar de acordo com o substrato e a técnica utilizada.
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INCUBAÇÃO DOS BLOCOS: leve os blocos para incubação, que pode demorar entre 7 e 50 dias, de acordo com a técnica, substrato e espécie escolhida.
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FRUTIFICAÇÃO: Após o desenvolvimento total da colônia, leve a colônia ao terrário (câmara úmida) com temperatura e umidade indicada;
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COLHEITA: Os primeiros cogumelos surgem em poucos dias e podem ser colhidos em breve.
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CHECAGEM E INDUÇÃO: Após cada colheita, recomenda-se uma limpeza do bloco e checagem na colônia a fim de prevenir proliferação de fungos e contaminações. Algumas espécies também precisam de uma certa hidratação e indução com baixa temperatura, que pode ser realizada em uma geladeira.
Estratégia e viabilidade
O cultivo de fungos é realizado através de procedimentos laboratoriais(confecção de meios de cultura). Por isso, é essencial, para quem pretende iniciar o cultivo, o entendimento de cada etapa do cultivo. Pode levar algum tempo para que o cultivador venha a se adaptar com todos os processos e etapas do cultivo. Uma falha em qualquer das etapas pode comprometer todo seu cultivo, portanto, entenda o funcionamento dos procedimentos, evite o manejo inapropriado da colônia e dos materiais de cultivo.
Um cultivador que pretende garantir uma produção sustentável/com boa viabilidade, não deve apenas visar técnicas com substratos complexos. Isto por que o risco de perder uma grande quantidade do mesmo substrato é alta, se houver algum erro em sua confecção/preparação.
Uma boa estratégia, é sempre confeccionar diferentes grãos como inóculo. Isso porque pode ser difícil, mesmo para um cultivador com experiência, acertar os diferentes pontos de hidratação do grão onde será o meio de cultura.
Alguns problemas comuns no cultivo com grãos é devido a alta quantidade de FUNGICIDA presente nos grãos que circulam em nosso país. Os fungicidas são aplicados nos armazéns, para evitar que os fungos deteriorem o material estocado. Ainda sim, é comum encontrar grãos já deteriorados(com carunchos, por exemplo) o que dificulta ainda mais o cultivo. A alternativa é encontrar os melhores grãos disponíveis em sua região, dê preferência aos orgânicos e grãos recém colhidos. Além disso, deixar o grão de molho em água por 12 horas antes de iniciar qualquer tipo de hidratação vai retirar o excesso de fungicida e facilita a identificação dos grãos danificados.
(Pragas comuns em silos/armazéns)
As contaminações podem surgir durante qualquer fase do cultivo. Elas, sem dúvidas, são o grande pesadelo do cultivador. Os contaminantes mais comuns são o Trichoderma sp(duende verde) e o cobweb. Ambos, são os primeiros a atacar seu substrato, devido às condições favoráveis ao crescimento. Por isso, é interessante que o cultivador tenha cautela durante todos os processos, desinfete bem o ambiente onde fará os procedimentos, higienize todos os materiais e equipamentos, bem como uma boa esterilização dos meios de cultura.
Contaminantes comuns no cultivo de cogumelos.
O ambiente de cultivo deve estar em boas condições para garantir o funcionamento do sistema. Além da temperatura e a umidade, são observados outros fatores fundamentais: ventilação e luminosidade.
A ventilação é fundamental para o cultivo, pois desta forma, você irá fornecer a quantidade de oxigênio necessária para o desenvolvimento dos frutos.
Os fungos não fazem fotossíntese, por isso a luz não será um problema. Qualquer quantidade mínima de luz será suficiente. Mas é necessário entender que o cultivo não funcionará dentro de um armário, mesmo que você coloque uma luz artificial, pois não terá circulação de oxigênio suficiente para suprir a demanda do micélio,
Portanto, seu cultivo deve estar situado em um local sem pegar sol, com a temperatura constante e ventilação moderada. Busque o local mais adequado para trazer um bom resultado no seu cultivo. Não é necessário a luz artificial. Mas caso tenha que usar, utilize a luz do próprio ambiente. CLIQUE AQUI para navegar na aba dedicada ao cultivo.
Como ter sucesso no cultivo
No que diz respeito a cultivar um fungo em um meio de cultura estéril, pode-se dizer que o fator determinante no cultivo é a higiene e boa esterilização durante os processos (DESINFECÇÃO E ESTERILIZAÇÃO).
Em todos os procedimentos descritos nesta página, nós recomendamos:
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utilizar luvas descartáveis e máscara cirúrgica, a fim de evitar a proliferação de micro-organismos;
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a desinfecção das mãos com álcool 70% de 8 em 8 minutos(assepsia);
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a desinfecção e limpeza prévia dos materiais e do local com água sanitária;
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impedir a circulação de ar no local onde irá fazer os procedimentos;
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realizar os procedimentos de inoculação de meios de cultura próximo a uma chama (barreira de calor);
As dicas acima devem ser seguidas a risca ou o processo de cultivo pode ser comprometido em qualquer etapa.
Materiais necessários para esterilização de meios de cultura
Para esterilização dos meios de cultura, é necessário uma panela de pressão ou autoclave. A função deste equipamento é cozinhar as culturas e matar os microorganismos presentes no substrato através do fator esterilização. O fator de esterilização se dá através da relação MATERIAL A SER ESTERILIZADO X TEMPO DE EXPOSIÇÃO X CALOR E PRESSÃO dada pelo vapor úmido gerada através do aquecimento da água. É possível realizar este procedimento com uma panela de pressão comum, em bom funcionamento. Em laboratórios de sementes de cogumelos é comum o uso de uma autoclave vertical, que trabalham com vapor úmido. Este equipamento tem a capacidade de esterilizar com rapidez e eficácia. Enquanto o mesmo processo pode levar até 1h30min em uma panela de pressão convencional, o processo na autoclave pode levar somente 20 min após a autoclave atingir a pressão e temperatura ideal.
O tempo para uma boa esterilização varia de acordo com o tamanho da panela e quantidade de substrato a ser esterilizado. Com panelas pequenas (até 7L), o tempo de esterilização é de geralmente 50 minutos sob pressão, em fogo médio, enquanto panelas maiores (7-20L) pode levar até 2h30min de pressão.
Antes de iniciar o processo de esterilização, verifique as condições de sua panela e o funcionamento. Inicie a contagem do tempo de cozimento somente após a válvula de pressão iniciar a rotação. Ao término, desligue o fogo e aguarde que sua panela esfrie totalmente antes de abri-la. Se abrir ainda quente, o calor do interior do copo será expulsado de uma só vez, e o fenômeno de inversão térmica (troca de calor), irá permitir que o ar com temperatura menor (que está fora da panela) entre em seus copos, carregando milhares de microorganismos contamines.
O recipiente para esterilização dos meios de cultura devem ter no mínimo 200ml e no máximo 500ml. Pode ser utilizado potes de vidro ou de plástico, desde que o plástico seja de PP (POLIPROPILENO). Este plástico tem uma resistência maior que os demais plásticos, porém é possível observar, principalmente se utilizar copos descartáveis de PP, que alguns copos criam algum tipo de deformidade após o cozimento. Copos plásticos de PP podem ser facilmente encontrados em lojas de embalagens por cerca de 5r$ 50 unidades, então o custo é bem menor do que utilizar potes de vidro, sem contar que não existe nenhum risco de quebrá-los.
Sempre utilize um pano de algodão dentro de sua panela, para que os copos não fiquem em contato direto com o fundo. Isso evita que se a água no interior da panela acabar, não derreta e não danifique seus copos.
Definindo uma boa estratégia de cultivo
O inóculo e o substrato a ser utilizado resultará positiva ou negativamente no desenvolvimento das colônias. Se você optar por preparar e inocular blocos axênicos, você irá utilizar pouco inóculo(pouca semente), o processo é de médio risco, de custo mediano, a colonização será um pouco lenta. Já se utilizar o substrato pasteurizado, se utiliza uma maior quantidade de sementes, a colonização é mais rapida, com custo baixo e menor risco de perda. Isso porque o inóculo pode ser espalhado por uma maior superficie de contato e com baixo risco de propagação de contaminações.
Vantagens e desvantagens:
A vantagem de utilizar blocos axênicos é que nao precisa ter tanto espaço para ter um cultivo próprio, sendo possível cultivar em um apartamento, por exemplo. Com essa técnica, é possivel cultivar Lions mane, o que não pode ser realizado na técnica de substrato pasteurizado. As desvantagens são alto custo de produção e a nescecidade de alguns equipamentos profissionais.
As vantagem de se utilizar o substrato pasteurizado é que o risco é baixo de contaminação e a colonização é relativamente rápida.
As desvantagens são a nescecidade de uma maior quantidade de inóculos e um bom espaço para preparação e frutificação do substrato.
Agora você deve traçar uma estratégia viável e compatível com suas necessidades, tendo em vista a disponibilidade de substrato, a temperatura média de sua região, a quantidade de cogumelos que pretende produzir, os materiais e insumos que você encontra com menor custo e praticidade.
Em quase todo Brasil é possível encontrar casas cerealistas que comercializam o trigo em grão e farelos em geral, que irão servir como base do seu cultivo. Outros substratos ainda podem ser coletados gratuitamente, pois em quase todo Brasil, existe um grande descarte de materiais considerados residuos agrícolas, que preparados corretamente, podem servir para cultivar cogumelos.